Breve Histórico da Igreja São Tomé
Um sonho pode resolver uma vida. Cansado com a defesa da tese de doutorado em meados do mês de dezembro de 1997,
relutava em voltar para a Arquidiocese do Rio de Janeiro onde, já sabia, as promessas do Cardeal D. Eugênio Sales de que assumiria
os mesmos cargos que deixara quando fui para Roma, não seriam cumpridas. Em contrapartida tinha convites tentadores vindos de Portugal.
Na noite anterior à compra da passagem da volta ao Brasil, porém um sonho ocupou a minha noite: "-Constrói no Rio de Janeiro uma igreja dedicada a São Tomé". Lembrei-me
então que foi no dia da festa de São Tomé que D. Jaime de Barros Câmara assumira a Arquidiocese e que me ordenou sacerdote nas comemorações dos seus 25 anos de arcebispo do Rio.
Estava selada a minha volta ao Rio de Janeiro.
Tal como previa, D. Eugênio "esqueceu-se" do que mandou escrever no Boletim do Clero de outubro de 1995, isto é, que eu voltaria para os mesmos lugares,
entre eles, pároco da Catedral e diretor da Rádio Catedral, e fui parar em 1998 na paróquia de N. S. de Bonsucesso.
Os sete anos que por lá passei foram muito difíceis. Precisei voltar a advogar para poder sobreviver e pagar as despesas da própria paróquia.
Deus, porém foi muito bom para comigo! Ganhei muito dinheiro como advogado e pude conviver por mais tempo na casa de meus pais.
Estava na hora de pensar na Igreja de São Tomé.
Nos idos do ano 2000 ofereceram-me um terreno na Barra da Tijuca. Era muito contra a mão. Desisti. Um dia a D. Amélia, levou-me até um galpão de 1.250m2, na rua Nova York,348,
Onde o seu marido, Sr.João, era o zelador. Pareceu-me bem, mas precisava da aprovação de São Tomé.
Os sinais não se fizeram tardar. Chegou de Portugal o Côn. Filipe para visitar um amigo que, nesse ínterim, tinha viajado exatamente para Portugal. Cruzaram-se no ar.
Sem nada que fazer, nem onde ficar, foi parar em minha casa. Ao tomar conhecimento do meu "sonho" de construir uma igreja dedicada a São Tomé,
Colocou-me nas minhas mãos o dinheiro necessário para fechar o negócio, sem juros, e pagamento a perder de vista. Era necessário negociar com os herdeiros do Sr. Pinto.
Eram mais de 30 espalhados pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Portugal.
Aí veio o segundo sinal da aprovação de São Tomé: em menos de dois meses todos estavam de acordo e a escritura pode ser feita, graças também à Irmandade de N. S. de Bonsucesso que, na pessoa
de seu Provedor, abriu os caminhos legais e fez os primeiros donativos: ventiladores, som, luminárias, etc.
O mais difícil agora era convencer o Sr. João, marido de D. Amélia, a ficar como zelador da futura Igreja. Também para isso pedi a aprovação de São Tomé. Não demorou a chegar:
quando o Sr. João, com mais dois ajudantes, tentava colocar uma pesada porta de ferro, e não o conseguindo, apelou para São Tomé (mas de zangado!)logo a porta se ajustou feito uma luva!
A partir daí ninguém mais vê o Sr. João noutro lugar: é só na igreja, dia e noite!
Era necessário construir. Construção exige muito dinheiro. Como uma andorinha não faz verão, formou-se, então, a irmandade de São Tomé com todos aqueles que se comprometeram a doar 5(cinco) reais por mês.
Hoje a contribuição mensal dos irmãos apenas dobrou... mas quem quiser dar mais, pode. Graças a estes membros da Irmandade de São Tomé, o antigo galpão foi derrubado e em seu lugar começou a erguer-se,
altaneira e imponente, a Igreja de São Tomé.
Igreja católica tem que ter imagens de santos, isto é, daqueles que se dedicaram totalmente a Deus e são exemplos de vida para quem quer crescer em santidade.
Precisávamos, então duma imagem de São Tomé. Mais uma vez o Côn. Filipe se oferece para mandar fazer uma imagem em Braga, Portugal, e mandá-la para cá. Se bem se pensou, melhor se fez.
Chegou o dia em que os fiéis católicos de Bonsucesso fizeram uma linda procissão do aeroporto internacional do Galeão até à igreja em construção no coração de Bonsucesso. O carro de som do vereador
Carlos de Carvalho, dirigido pelo simpático Carlinhos, não só carregava a imagem de São Tomé, como anunciava a todo o Rio de Janeiro que o apóstolo de Cristo, que quis ver para crer,
estava entre nós para nos ajudar a aumentar a fé fundamentada que se traduz em obras.
Chegaram os projetos, a aprovação pelas autoridades competentes, a pedra fundamental lançada por D. Augusto Zini, os tijolos sendo sobrepostos, as paredes se elevando, os contornos se definindo... e a igreja
tomando forma. Em baixo, salão paroquial; em cima, lugar do culto.
Todos os domingos, às 18 horas, desde a compra do galpão, jamais faltou a celebração da missa em louvor e agradecimento a Deus e ao seu apóstolo São Tomé.
Na comemoração dos 10 anos de construção, tivemos a alegria de receber o Arcebispo de Évora, D. José Francisco Sanches Alves, presidiu à concelebração.
Para comemorarmos 12 anos de construção teremos nosso Arcebispo D. Orani João Tempeste presidindo à concelebração das 19 horas do dia 30 de setembro.
Recentemente, graças ao coração generoso de alguns devotos, foi dado um avanço bastante significativo: as escadas frontais e o piso da igreja em granito polido,
luminárias em "led" coloridas em torno do belíssimo lustre, vitrais em tons de azul, o altar imponente em granito, as grades e portões em ferro trabalhado que fazem a separação com a rua.
Para mais nos alegrar nas festas de São Tomé, e fora delas, temos ainda o Rancho Folclórico São Tomé sob o comando do Jorginho Portugal.
Somos eternamente gratos aos amigos que estão escrevendo seus nomes com letras de ouro no coração do nosso padroeiro.
Côn. Abílio Soares de Vasconcelos - 2012
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ANO 2000
Inicio da Igreja e Chegada da Imagem de São Tomé
Compra do terreno e inicio da igreja
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2001
Primeira turma de Catequese
Primeira turma de Catequese da Igreja São Tomé Apóstolo
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2004
Inicio das Obras
Inicio das obras na Igreja de São Tomé
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2010
Comemoração de 10 anos de Construção
Comemoração de 10 anos de inicio da construção com a visita do Arcebispo de Êvora
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2016
Inicio da nova etapada das obras
Entrega dos novos banheiros para o salão e inicio do revestimento frontal e das torres
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2017
Continuação da nova etapa das obras
Instalação dos Sinos Eletrônico e continuação das obras de revestimento frontal e das torres
Historia de São Tomé
Origens
Tomé foi um dos doze Apóstolos escolhidos por Jesus (Marcos 3, 18; Mateus 10, 3) Era judeu, da Galiléia e provavelmente
pescador.
Seu nome aparece onze vezes no Novo Testamento. Tomé ou Tomás,
significa “gêmeo”. No grego, a palavra equivalente é Didymus. Isto nos faz
supor que ele tinha um irmão gêmeo.
Ele acompanhou Jesus como discípulo durante
os três anos de vida pública do Mestre.
Após a morte de Jesus, Tomé estava entre
os Apóstolos que receberam o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Depois disso,
sabe-se que ele foi pregar o Evangelho na Índia.
A Dúvida de São Tomé
A memória de São Tomé está fortemente relacionada ao fato de ele ter duvidado de seus companheiros,
quando estes lhe afirmaram terem visto Jesus ressuscitado (João 20, 24-29).
Ele quis “ver para crer”. Neste sentido, ele representa a cada um de nós quando passamos por momentos de dúvida.
Por outro lado, sua dúvida nos ajuda a entender que Deus não rejeita a necessidade de certeza, mas elogia aqueles
que “creem sem terem visto”.
Porém, que possamos nos inspirar também no seu testemunho de fé quando a verdade se apresenta.
Tomé no Novo Testamento